O armazenamento de medicamentos é um desafio para qualquer gestor logístico. De fato, trata-se de itens extremamente sensíveis que precisam de cuidados constantes e o cumprimento rigoroso das indicações do fabricante.
Por conta disso, cada etapa operacional deve ser pensada de forma estratégica, com foco em manter a qualidade até o destino. Além de seguir as instruções que acompanham cada lote, a fiscalização da Anvisa também precisa servir como ponto direcionador na hora de encontrar soluções que destaquem sua empresa entre a concorrência.
Quer saber mais? Vamos mostrar como funciona o armazenamento de medicamentos e as principais regras. Siga com a leitura.
A logística farmacêutica trabalha com base em vários decretos, portarias e legislações que direcionam a condução adequada dos medicamentos. A principal delas é a RDC nº 304, da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que detalha, entre outras coisas, o conjunto de ações que tem como objetivo manter a qualidade e a segurança em todas as etapas até a chegada do item ao destino.
Entre os principais critérios estabelecidos estão separar com estratégias segmentadas as áreas de expedição e recebimento, ter uma área para armazenagem geral dos medicamentos com acesso restrito e uma área exclusiva para medicamentos devolvidos, reprovados, suspeitos de qualquer tipo de alteração ou vencidos.
Vale ter cuidado especial também com a higiene do local, que é primordial para manter a integridade dos lotes. O uso de prateleiras com divisórias para itens leves se mostra a forma mais simples, segura e econômica de fazer o armazenamento. Para fugir das zonas de calor, é necessário manter essas estantes com uma distância adequada da parede e do teto.
Os armários também exigem direcionamentos especiais. De acordo com a Portaria 344/98, da Anvisa, somente pessoas com autorização e completo conhecimento do controle especial necessário podem manusear os medicamentos nos armários. Essa é uma forma de manter o estoque livre de contaminações e monitorar a qualidade.
Dentro desse cenário, os porta paletes são opções de armários de armazenamento muito comuns. Isso porque permitem manter uma dinâmica cuidadosa, guardar sem desordem grandes volumes e otimizar a capacidade do espaço ao máximo. Já em relação ao espaço de forma vertical, a dica é apostar na instalação de porta paletes que tenham dupla profundidade.
Como vimos, os órgãos responsáveis pelo gerenciamento das portarias e legislações que envolvem o armazenamento de medicamentos são muito exigentes com o controle de qualidade.
Dessa maneira, além de arcar com infrações e multas relacionadas ao andamento do serviço logístico, não cumprir as recomendações representa a possibilidade de perder as mercadorias por ter um planejamento realizado de forma inadequada.
O ponto alto, em uma situação como essa, é não só compreender essas regras, mas também trabalhar em conjunto com toda a sua equipe operacional para identificar quais são as principais falhas que resultam em problemas maiores. Estão na armazenagem incorreta? No manuseio? Nas rotas incoerentes com a fragilidade do produto?
Tudo isso pode ser solucionado de maneira inteligente com a porta aberta para o feedback operacional e o olhar experiente do gestor. Por se tratar de um procedimento muito delicado em cada uma das etapas, qualquer imprevisto tem o poder de impactar o resultado do serviço. Por essa razão, vamos listar a seguir os principais cuidados com a operação de armazenamento de medicamentos.
A temperatura ambiente do local onde os medicamentos ficam armazenados é fundamental para garantir o controle de qualidade. O ideal é que seja um ambiente fresco e seco, livre de iluminação forte, luz solar e resquícios de outros produtos e substâncias.
Existem alguns medicamentos que não podem sofrer nenhum tipo de variação de temperatura. Nesse caso, é indispensável conhecer bem o ambiente para identificar quais são as mudanças ocasionadas nos itens.
O local não deve ultrapassar os 25 graus para a estocagem de medicamentos comuns. Já no caso dos itens que são sensíveis à temperatura, a variação gira em torno de 2 a 8 graus. Diante dessa necessidade, a empresa precisa apostar em espaços climatizados, com foco em cumprir todas as indicações de preservação dos fabricantes.
E por falar em fabricante, para que a logística farmacêutica funcione bem, o processo de conferência das orientações do medicamento deve ser minucioso. Por mais que você já tenha trabalhado inúmeras vezes com substâncias parecidas, sempre é indispensável conferir as recomendações para identificar possíveis mudanças no manuseio e armazenamento.
Sem contar que as orientações costumam ser bem precisas em relação aos fatores que podem prejudicar a integridade dos medicamentos e segui-las garante maior segurança em todas as etapas. Esses fatores extrínsecos adicionam também preocupações com umidade por conta de oxidação tanto no armazenamento quanto no deslocamento.
O transporte deve seguir as mesmas regras do armazenamento, e os medicamentos devem ser classificados para que os profissionais responsáveis na equipe façam o manuseio com todos os cuidados devidos, inclusive embalagens adequadas. A Anvisa também tem normas específicas em relação ao processo de deslocamento e controle de qualidade.
Uma das mais exigentes é a necessidade de contratar um farmacêutico que atue como principal responsável pelas etapas essenciais na distribuição dos produtos. Outra questão é a contratação de um responsável legal e técnico para gerenciar como a carga é transportada, a validade e outros itens específicos.
As etapas da logística farmacêutica são extremamente desafiadoras não só pelo volume de exigências técnicas, mas também por serem essenciais para a preservação da segurança. Ou seja, um medicamento alterado por problemas na distribuição pode causar uma série de danos aos consumidores, inúmeros prejuízos aos fabricantes e interferir diretamente na imagem de seu negócio no mercado especializado.
O uso de recursos da gestão de estoque pode ser um excelente aliado aqui por ajudar a diferenciar as urgências em que as operações precisam ser realizadas, o que entra e saí com o gerenciamento adequado e quais pontos apresentam problemas. Como tudo precisa ser muito minucioso, ter tecnologia envolvida é essencial para que informações relevantes sejam coletadas e transmitidas a todos os outros setores em tempo real.
Pronto! Agora ficou claro qual o melhor procedimento para fazer o armazenamento de medicamentos e lidar com uma indústria tão sensível. Toda a complexidade envolvida exige soluções proporcionais para que sua empresa consiga padronizar processos com qualidade, eficiência, agilidade e economia.
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